A comunicação é o eixo fundamental na vida de todos os seres humanos. Já diz o ditado: “quem não se comunica se trumbica”.
Existem várias formas de comunicação, através da fala, da escrita, dos gestos e até pelo olhar. Geralmente nos atemos à comunicação externa do nosso corpo, mas temos dificuldade em reconhecer sua comunicação interna.
A maioria das pessoas reconhece a importância de nos expressarmos através dos órgãos dos sentidos, mas resiste sobre a visão de que o nosso corpo também se expressa internamente. Por exemplo: quando estamos tristes, nossos pulmões expressam esse sentimento, fechando-se e criando dificuldades na área respiratória. Quando estamos raivosos, nosso fígado fica opilado e nos sentimos tensos e reativos. Quando estamos com medo, nossos rins e bexiga não param de funcionar, e haja banheiro para desaguar. Quando estamos contrariados, nosso estômago fica congestionado.
Os órgãos sentem os impactos emocionais o tempo todo. É preciso autoconhecimento para escutá-los. Já é reconhecida mundialmente a importância das boas emoções nos processos de cura. Em muitos hospitais são aplicadas técnicas que ajudam os pacientes a se recuperarem através da meditação e do yoga.
Para ampliar o acesso das pessoas a esses atendimentos complementares, temos de mudar o paradigma de nos vermos apenas mecanicamente, como se fôssemos pedaços separados de peças que se encaixam. É preciso nos enxergarmos como seres quânticos que somos, pois “corpo e mente” não estão separados.
Nosso corpo precisa de atenção. Quando não o escutamos, podem surgir dores e doenças. Elas trazem a oportunidade de olharmos para dentro e de fazermos mudanças positivas no processo de autoconhecimento.
Comece a escutar o seu corpo. Você é o seu fígado, sua vesícula, seu coração e seu intestino. Assim como você se expressa pelos seus olhos, por que não poderia se expressar pelos seus rins?
As emoções positivas e negativas são manifestadas o tempo todo pelo corpo. Na via construtiva: a alegria abre os pulmões; a compaixão acalenta o coração; a benevolência nutre o fígado; a coragem protege os rins; o desapego limpa os intestinos; e o afeto aumenta a imunidade. Na via destrutiva: a raiva opila o fígado; a indecisão congestiona a vesícula, o medo paralisa os rins, a tristeza fecha os pulmões, a mágoa congestiona o coração, a amargura bloqueia o pâncreas e assim por diante.
A prática do yoga é uma excelente oportunidade de “conversarmos com o corpo”. No yogaterapia, durante a prática, conduzimos os alunos para uma auto-observação, além da visão mecânica das posturas e dos alinhamentos, também buscamos trazer o praticante para entender o que está acontecendo internamente no seu corpo. Isso traz uma mudança significativa na relação corpo e mente do aluno.
Quanto mais consideramos o valor dos nossos pensamentos e emoções em nossa vida, mais nos tornarmos conscientes de que a mudança está em nossas mãos. Uma vida melhor depende de uma atitude mais construtiva diante dos desafios cotidianos e de uma mudança no estilo de vida que promova saúde e bem-estar.