Saúde mental: um convite à mudança

Gilson Molinari

Será que somos capazes de olhar para a nossa essência? Capazes de enxugar nossas necessidades em vez de continuar agregando mais e mais demandas? Sentimos a obrigação de explicar tudo a partir do mundo externo, pela perspectiva de sempre se manifestar para que o outro nos veja ou nos entenda. E, com certeza, esse peso fica maior quando não sabemos lidar com as situações e os desafios diários.

Será que conseguiremos em algum momento perceber que precisamos estar alinhados com nós mesmos antes de manifestar algo? Estamos entregues a uma roda viva sem ao menos querermos olhar para uma direção saudável do ser humano. Mas, para isso, é preciso considerar valores minimamente essenciais para a convivência, como o respeito.

Na prática, essa ação serve para todos os ambientes e relações. O foco no respeito ajudará a entender que, muitas vezes, a mudança que você está propondo poderá ferir as necessidades daqueles que não estão na mesma página que você.

Assim também acontece no âmbito espiritual: as pessoas não enxergam pelas mesmas perspectivas, nem passam pelos mesmos aprendizados. Por isso, é importante sempre levar em conta não apenas a própria complexidade, mas também os sentimentos e vivências dos outros ao redor.

Em meio a tudo isso, o que não podemos fazer é se revoltar ou não aceitar que outras pessoas não compactuem com o que você acha que é certo. Se é algo que incomoda profundamente, significa que existe uma ferida interna a ser trabalhada. Por isso é importante entender e aprender a aceitar como cada ser humano está em um lugar diferente no espectro espiritual.

Nesta perspectiva, sempre que se sentir frustrado, faça perguntas a si mesmo tentando se colocar no lugar daquela pessoa. Busque entendê-la com amor, em um processo parecido com a compreensão de uma mãe que quer acolher as necessidades de um filho, mas também preza pelo crescimento e evolução dele. 

Gilson Molinari é psicoterapeuta pós-graduado em psicologia transpessoal

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