Tornei-me vegano, e agora?
Madá Neves
“Enquanto o homem continuar a ser destruidor impiedoso dos seres animados dos planos inferiores, não conhecerá a saúde nem a paz. Enquanto os homens massacrarem os animais, eles se matarão uns aos outros. Aquele que semeia a morte e o sofrimento não pode colher a alegria e o amor.” (Pitágoras)
Antes de mais nada, vamos entender o que veganismo. Segundo a organização The Vegan Society, do Reino Unido, trata-se de uma filosofia e um estilo de vida que visa “retirar, sempre que possível e praticável, todas as formas de exploração e crueldade com animais para alimentação, vestuário ou qualquer outro propósito”. A proposta da The Vegan Society é possibilitar o desenvolvimento e o uso de alternativas livres de animais para o benefício dos seres humanos, dos seres vivos em geral e do meio ambiente. Este mês é uma boa oportunidade para refletir sobre essa tendência alimentar que é difundida desde 1944: em 1º de novembro foi celebrado o Dia Mundial do Veganismo.
Mas quais são as diferenças entre o veganismo e o vegetarianismo? Todas elas garantem os níveis nutricionais para um corpo saudável?
A principal diferença é que o veganismo — também conhecido como vegetarianos “verdadeiros” ou puros, ou ainda vegetarianos estritos — preconiza um estilo de vida que exclui todos os produtos de origem animal, como carne, laticínios, ovos, mel, couro, lã e cosméticos testados em animais; enquanto o vegetarianismo é uma dieta que exclui carne (incluindo peixe e aves), mas pode incluir outros produtos de origem animal, como laticínios, ovos e mel, surgindo assim outras tendências alimentares como ovolactovegetariano, lactovegetariano e ovovegetariano.
Qualquer dessas dietas traz benefícios para a saúde? Segundo Slywith et al. (2010), no relatório publicado pela Associação Dietética Norte-americana (American Dietetic Association) e pela Associação de Nutricionista do Canadá, publicada em 2003, há uma redução de mortes por infartos em vegetarianos, menor mortalidade por doença cardíaca, os níveis sanguíneos de colesterol são 35% mais baixos em veganos que nas pessoas que ingerem carne. Em relação à pressão arterial, os vegetarianos têm redução de 5 a 10 mmHg, apresentando também a redução de 50% do risco de apresentar diverticulite (uma doença que atinge principalmente o intestino grosso).
Todos esses aspectos são de grande importância para aqueles que querem ter uma vida saudável, plena, com equilíbrio e longevidade. Um outro ponto que merece atenção é a questão dos níveis de pensamentos da mente, sejam de um vegano, vegetariano ou qualquer outra tendência. Será que os meus pensamentos estão vegetarianos? Será que os pensamentos estão veganos? Estão puros? Ao ter essa reflexão, haverá coerência e completude em nossas escolhas, seja no mundo físico ou espiritual.
Madá Neves, 61 anos, é professora, pedagoga, mestra em Tecnologia da Informação e especialista em Deficiência Intelectual
