Se você surpreendeu um filho usando qualquer tipo de droga, tenha muito cuidado com a maneira de agir.
Passado o choque inicial, procure conversar calmamente, em tom de amizade e carinho, buscando saber as causas que o levaram a essa fuga infeliz.
Uma atitude de bondade vale mais do que todos os argumentos produzidos pela cólera ou pela agressividade.
É provável que ele esteja na faze inicial, necessitando de ajuda mediante a compreensão do problema.
Não o faça sentir-se pior emocionalmente, porquanto essa postura levá-lo-á a situação mais grave.
Faça-o perceber que a família está aberta ao diálogo, e que ele sempre contará com seu apoio.
Dê-lhe uma assistência de vigilância, sem tornar-se um guarda severo ou algoz contínuo em referência ao seu comportamento.
Todo aquele que se permitir ao uso de qualquer tipo de vício, encontra-se em conflito pessoal, desconfiado e descontente com a existência.
É indispensável fazê-lo valorizar a oportunidade existencial, lentamente, com cuidado e otimismo.
Evite a postura de mártir ou de infeliz, que o empurrará para a culpa devastadora.
Aquele que se encontra no caminho perigoso, necessita mais de alguém que o auxilie na libertação, do que punição contínua.
Sempre, que possível, converse sobre temas edificantes, cuidando de não se tornar cansativo em relação ao problema.
Se o seu lar é equilibrado, e, apesar disso, ele optou pela busca de qualquer droga da moda ou não, proponha-lhe a ajuda especializada de um psicoterapeuta, melhor treinado para situações dessa natureza.
Se, porém, o seu é um lar atribulado, repleto de conflitos e de instabilidade emocional, busque equilibrar-se e melhorar a situação doméstica, que o empurrou para fora do seio familiar, a fim de trazê-lo de volta.
Não transfira a responsabilidade do erro dele para outrem, o que não resolve a questão, somente gerando mais descontentamento e mal-estar.
Impeça que ele seja visto pelos demais membros da família como um viciado.
Todas as pessoas se equivocam, e tem o direito à recuperação.
Ele não é o primeiro e não será o ultimo a atravessar esse portal do infortúnio em busca da fantasia, da ilusão, da felicidade mentirosa…
É necessário favorecê-lo com diferente visão da vida, com as bênçãos da responsabilidade para o enfrentamento que tem pela frente, encorajando-o para superar os medos que o estão afligindo, mesmo sem o perceber.
Nunca assuma atitude puritana, dando a impressão de superioridade, nem relate as suas experiências triunfantes, de forma que o humilhe.
Ame seu filho em qualquer circunstância, demonstrando-lhe que nada no mundo o afastará da sua ternura, do seu devotamento e da sua responsabilidade afetuosa.
Ele necessita de segurança emocional. Torne-se esse porto de amparo.
Aplique sempre a terapêutica do amor e não tenha pressa.
O resultado virá no momento oportuno.
Fonte: Diretrizes para uma vida feliz (Divaldo/Marco Prisco)