Colaborar para se conectar e viver bem!
Windyz Ferreira
Geralmente pensamos em colaboração como uma forma de estabelecer parceria com alguém a fim aumentar a chance de realizar algo com sucesso. Colaborar, contudo, é muito mais do que apenas isso... Quando colaboramos damos um passo em direção à saúde, ao bem-estar e à conexão com o plano superior. Você possui uma atitude colaborativa na vida?
No dia a dia, a colaboração parece ser entendida de forma simples: ajudar um vizinho na mudança ou trabalhar em equipe para resolver problemas. Essa compreensão leiga da colaboração, frequentemente, ignora conexões emocionais e sociais que sustentam as relações humanas. Em relacionamentos interpessoais, colaborar implica compartilhar com quem confiamos intimidades, sonhos e fardos.
O conceito de colaboração tem sido explorado em diversas áreas de conhecimentos. As ciências sociais e a antropologia, por exemplo, consideram a colaboração um elemento fundamental na organização de comunidades pois ajuda seus membros a prosperarem e superarem coletivamente desafios. Quando ocorre um desastre natural (por exemplo: terremoto) ou uma guerra, essas experiências fazem com que as pessoas cultivem a confiança no próximo, se tornem solidárias e manifestem compaixão para se apoiarem durante a tragédia e aumentarem suas chances de sobrevivência. No contexto da educação, a colaboração constitui poderosa ferramenta pedagógica para tornar a aprendizagem mais dinâmica e prazerosa ao mesmo tempo em que ajuda o desenvolvimento do pensamento crítico-reflexivo dos estudantes que, ao colaborarem, encontram oportunidades para se envolver em debates, trocar ideias e construir juntos conhecimentos e valores importantes para suas vidas. Já no campo da psicologia organizacional há um entendimento de que a colaboração é um processo a partir do qual indivíduos com diferentes habilidades trabalham juntos em direção a um objetivo comum por meio de compartilhar recursos e conhecimentos que os ajudarão a alcançar um resultado sinérgico que excede em qualidade o que poderiam realizar individualmente.
Há argumentos de que nossa capacidade de colaboração tem como fonte um desejo profundo que emerge de nossa natureza espiritual que quer interconectar-se para contribuir para algo maior do que nós mesmos. Essa manifestação da alma quer nos ajudar a encontrar significado em propósitos coletivos que beneficiarão a todos. Então, colaborar representa uma manifestação de nosso eu superior que compreende que “todos/as fazemos parte de um todo maior e que nosso bem-estar individual está inextricavelmente ligado ao bem-estar e felicidade dos seres”.
Lembre-se: o desenvolvimento da habilidade colaborativa é um processo contínuo que exige esforço consciente e autoconhecimento. Para desenvolvê-la, tenha uma mente aberta, acolha a diferença. Observe mais do que fale. Seja honesto/a e confiável. Não fale da vida alheia. Exercite a escuta ativa e a empatia para compreender os sentimentos alheios. Comunique-se de forma respeitosa, amorosa e objetiva. Não seja o dono/a da verdade! Aprenda a fazer concessões para alcançar objetivos comuns. Valorize as contribuições e perspectivas dos outros, independentemente de sua qualificação.
A colaboração, portanto, fortalece o senso de pertencimento enquanto combate a emergência de sentimentos de isolamento e solidão, medo e sofrimento. Ao colaborar você passa a ter uma rede de apoio sólida, com pessoas em quem pode confiar e contar nos momentos de dor e incertezas. Além disso, pertencer a um grupo com propósito maior nos faz desenvolver e cultivar as virtudes do autovalor e autoestima, junto com um senso de identidade compartilhada, sentimentos que geram bem-estar e saúde mental, física e espiritual. Fazer parte de uma comunidade (ou equipe) em prol de algo maior é incrivelmente gratificante e proporciona uma sensação de autorrealização e satisfação interna, sentimentos fundamentais para cultivar a saúde mental e os processos de cura.