DIVINA VOZ
Cid Moreira
“Assumi um compromisso: quero levar o Evangelho até o último dia da minha vida”. A recente declaração dá bem a medida do que Cid Moreira tem mais se dedicado atualmente. Ícone da televisão brasileira, o locutor e apresentador que fez fama na bancada do telejornal mais popular do País vem cumprindo o que prometeu em 1992, quando anunciou que passaria a dedicar a vida à religiosidade. O casamento com a atual mulher, a jornalista Fátima Sampaio, e a companhia de seu assessor de imprensa, Siloé Almeida, especializado em teologia, aumentaram a determinação do locutor. Aos 86 anos [Nota da Redação: em janeiro de 2014], o paulista de Taubaté esbanja saúde. Vegetariano há mais de 50 anos, prega o cuidado com a alimentação como uma das fontes da longevidade. É apaixonado por tênis, alongamento, musculação e esteira. Mesmo afastado do jornalismo, Cid Moreira é apresentador exclusivo da Rede Globo, na qual entrou em 1969, depois de passagens por rádios e pelas TVs Rio, Tupi, Continental e Excelsior. No Jornal Nacional, trabalhou durante 27 anos. Sua voz e imagem também foram marcantes na apresentação do Fantástico. Cid realizou mais de mil documentários e milhares de comerciais. Gravou centenas de mensagens bíblicas em DVDs e CDs – já vendeu mais de 30 milhões. Uma nova fase, na internet, marca outro importante momento profissional. Nesta entrevista exclusiva ao JORNALZEN, Cid Moreira fala sobre religiosidade e alegria de viver.
Em recente declaração [N.R.: entre 2013/2014], o sr. se disse muito focado em “resgatar a religiosidade”. Poderia comentar a respeito?
Tive oportunidade, na minha vida, de conhecer e ver de perto várias seitas e religiões. Também aprendi sobre a Bíblia na infância. Passei uma fase da minha vida completamente distante de tudo o que se relacionasse com questões espirituais. Mas, há cerca de 20 anos, comecei a voltar a esse assunto quando gravei clipes para o Fantástico relacionados ao tema, como o Sermão da Montanha, salmos de Davi, etc. Assim, aos poucos, voltei a ter contato com a Bíblia e encontrei um grande sentido para a vida nas lições encontradas nas páginas do livro sagrado. E falo sobre isso para as pessoas com esperança de que elas também sintam essa vibração e alegria que me faz tão bem.
Como se deu seu despertar pela fé cristã?
Aos poucos, todos os dias, passei a ler e tentar compreender o texto bíblico. Um dia eu chorei muito, pedi a Deus a presença dele. Dormi cansado de tanto chorar. Mas quando adormeci, uma poderosa paz e a certeza da presença de Deus invadiu minha alma. Desse dia em diante me tornei mais calmo. Continuo errando e acertando. A transformação foi mais na percepção do que realmente é importante, o que realmente vale a pena.
Como foi a transição do jornalismo para a narração de textos bíblicos?
Aconteceu aos poucos. Os primeiros textos, no Fantástico. Depois vieram os pedidos de editoras e produtores. E assim por diante. Depois que saí do Jornal Nacional começaram a aparecer convites para gravar muitas coisas. Decidi pelos textos que tivessem base bíblica, para trilhar um caminho com coerência com as minhas crenças.
Esse trabalho [de narrar textos da Bíblia] refletiu-se em seu crescimento espiritual?
Não sei dizer. Seria muita arrogância de minha parte afirmar isso. O que posso afirmar é que pondero muito mais antes de fazer qualquer julgamento. E estou tentando dar valor ao que realmente tem importância. Como cada amanhecer; a saúde, os bons relacionamentos, os bons hábitos alimentares, um pôr do sol, uma água gostosa de se beber ou um bom banho…
A adoção de hábitos saudáveis sempre foi uma constante em sua vida?
Aprendi muita coisa na época em que meu pai trabalhava como bibliotecário. Fui um garoto muito tímido e passava horas lendo livros que meu pai pegava emprestado na biblioteca. Um que carrego comigo até hoje é o Manual da Boa Saúde, da Casa Publicadora do Brasil. Outra joia rara é da escritora Hellen White. Ela ensina ótimos hábitos sobre saúde e alimentação.
O que o levou a ser vegetariano?
Um das razões foi a seguinte: eu não me conformava com o fato de as pessoas deixarem de comer carne na Semana Santa, semana da Paixão de Cristo. Se não era bom naquela semana, em honra à morte de Jesus, não deveria ser o ano inteiro. Então, resolvi parar. Eu demoro a tomar uma decisão, mas depois que tomo, dificilmente volto atrás.
Como vê a proposta de nosso jornal?
É sempre bom textos que estimulem bons hábitos e exaltem iniciativas que melhorem a qualidade de vida da comunidade. A ideia da proposta é muito interessante e merece ser difundida.
Que mensagem gostaria de deixar para os nossos leitores?
Faço checape regularmente. No último, o medico responsável me disse que tenho a saúde de um homem de 60 anos. Isso me deixou muito contente. Não tenho problema com hipertensão, diabetes, nada. Aliás, não tenho problema de saúde algum. Durmo bem e tenho ótima disposição durante o dia. Trabalho regularmente seis horas por dia. Faço alongamento duas vezes por semana. Ando na esteira cerca de seis a sete quilômetros quase todos os dias. Pratico musculação e jogo tênis sempre que possível. Como banana, maçã e mamão todos os dias logo pela manhã. Bebo muita água durante o dia. Como arroz integral e muita salada, com tomates e azeite. Sou fã de pizza e de cremes, como de ervilha e lentilha. Bem, isso varia muito, pois gosto de palmito e abóbora também. Estou tentando dizer que o corpo é uma máquina orgânica e precisa de bom combustível. Aliado a tudo isso, a vontade de viver e a fé, longe dos vícios e de preocupações inúteis, pode se viver alegre e em paz longos anos. Sei que não podemos controlar muitos fatores de nossa vida, mas o que estiver ao nosso alcance é obrigação fazer o melhor.
Nota da Redação: entrevista publicada originalmente na edição de Janeiro/2014.
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