Cuidar do/a filho/a requer autocuidado!

Alessandra Miranda Soares

A vida das mães é, em geral, recheada de compromissos com seus/suas filhos/as. Quando algumas mulheres se tornam mães de filhos com deficiência, a carga de trabalho aumenta muito, a rotina familiar muda drasticamente e ela deixa de se cuidar para cuidar dos filhos/as. Esse é o seu caso?

Criar um/a filho/a com deficiência requer amor e força inabaláveis. As profundas demandas maternas cobram um preço muito alto em suas vidas. Na maioria das vezes, essas mães enfrentam impactos na saúde, no trabalho e na vida social, que podem gerar estresse crônico, depressão, ansiedade e exaustão física. Os problemas de saúde geral e mental tem a ver com as expectativas sociais e os papéis tradicionais de gênero que continuam a colocar o principal fardo do cuidado sobre as mulheres, que acabam deixando de lado aspirações pessoais e carreiras.

A agenda lotada, a pressão financeira e o isolamento social podem levar a profundo sentimento de solidão, afetar as relações conjugais e as conexões sociais. Hartley e colegas (2010) realizaram pesquisas com famílias de crianças com autismo e, como resultado, encontraram um risco maior de separação. Gallimore (1997), outro pesquisador, identificou que os maridos se separam ou divorciam por causa do estresse gerado pela situação com a qual não sabem lidar e também pelas pressões sociais. Isso faz com que as mães tenham que lidar continuamente com cuidados intensivos, sozinhas e isoladas.

Apesar da gravidade dos desafios, essas mães são extremamente resilientes. Todavia, sem perceber vão deixando de lado o autocuidado por causa de compromissos e tarefas que demanda energia e saúde. Longe de ser um luxo, o autocuidado é uma necessidade crucial para o bem-estar materno. Por isso, se você, leitora do JORNALZEN, é mãe de um pessoa com deficiência e se identifica com o conteúdo de minha coluna, adote as cinco orientações de autocuidado a seguir e as implemente já em sua rotina!